jueves, 21 de junio de 2012

Grupo Sotz'il dança em praça pública a profecia maia do fim do mundo


Com referências da dança e da música sempre a partir de suas raízes maias, o grupo da Guatemala faz quatro apresentações, sendo três em praça pública e uma no jardim do TJA

O Grupo Sotz’il (Guatemala) apresenta a noção cíclica da vida da cultura maia. O espetáculo Oxlajuj B’aqtun constitui um rito espiritual e artístico que dialoga profundamente com os ancestrais daquele povo indígena. A peça será demonstrada no Zona de Transição – I Festival Internacional de Artes Cênicas do Ceará, na quarta, quinta, sexta e sábado (20 a 23 de junho) nas Praça José de Alencar, Praça do Ferreira, Praça Luiza Távora e no jardim do Theatro José de Alencar.

1ª representación de Oxlajuj B’aqtun en el Festival Zona de Transiçao, 2012.06
O grupo recentemente passou por um grande baque. E evoca isso em cena. O guia espiritual e coordenador do projeto, Lisandro Guarcax, foi sequestrado, torturado e assassinado em agosto de 2010, aos 32 anos. Lisandro e seus companheiros de Sotz'il são creditados como fonte de energia a um novo movimento da juventude maya, na Guatemala, com orgulho de sua cultura e modo de vida e pesquisam o desenvolvimento de expressões ancestrais. Como costumava dizer o líder em sua língua-mãe: “Desejamos que todos os nossos esforços se traduzam em conhecimento do outro”.

A proposta em cena é subverter a cultura ocidental que prega o fim do mundo quando na realidade o índio compreende a natureza em ciclos. Oxlajuj B’aqtun é um ritual, como prevê o grupo em seu site: “É uma homenagem a todos os avôs e avós que lutam para manter o equilíbrio desde a Resistência do Povo Maia”. Além dos elementos teatrais, a criação coletiva dirigida por Víctor Manuel Barrillas Crispín conta com nove atores em cena. O grupo é formado por jovens da etnia kaqchikel e soma dez anos de trabalhos artísticos e culturais. Terra de milho, ou Iximulew, é como a Guatemala é definida na tradição maia.


Zona - Durante a semana de aniversário de 102 anos, o Theatro José de Alencar - TJA, em Fortaleza, estado do Ceará, Brasil, abre o Zona de Transição - I Festival Internacional de Artes Cênicas do Ceará. De 15 a 24 de junho, o centenário palco recebe mais de 40 produções da Argentina, Brasil, Colômbia, Dinamarca, Espanha-Guiné Bissau, Guatemala, Itália e Paraguai. E realiza seminário com diretores, programadores e produtores de festivais artísticos da Argentina, Brasil, Costa Rica, Colômbia, Cuba, Panamá e Uruguai.

O I Festival Internacional de Artes Cênicas do Ceará concentra suas ações nos vários espaços do próprio TJA e migra pelo Centro, a área de Fortaleza que tem o maior número de equipamentos culturais da cidade. Assim, integram a programação espetáculos, intervenções e performances que despontam em diversos palcos: os múltiplos espaços fechados e abertos do TJA, praças, ruas e espaços não-convencionais, como a Reitoria da Universidade Federal do Ceará – UFC. O Zona de Transição diz do desejo e necessidade de convidar a cidade, de convocar a cidade, de falar com muitas das cidades que Fortaleza abriga.


Oxlajuj B'Aqtum
Sotzil, Guatemala

Quarta, 20
20h jardim grátis 70min 300 lugares
Quinta, 21
17h30 Praça do Ferreira grátis 70min
Sexta, 22
18h Praça José de Alencar grátis 70min
Sábado, 23
18h Praça Luiza Távora/Cearte grátis 70min

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